Plenário conclui votação de pacote de 14 projetos voltados para combater a violência contra as mulhe
- Andre Nascimento
- 8 de dez. de 2023
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Quatorze projetos selecionados pela bancada feminina da Câmara foram aprovados pelo Plenário em um mutirão de dois dias de votações, que envolveu acordo entre os diversos partidos. A maioria trata do combate à violência, principalmente sexual e doméstica, mas foram aprovados também projetos relativos à saúde e outros direitos da mulher.

Um dos projetos aprovados (PL 2144/23) aumenta as penas para diversos crimes sexuais, como estupro de vulnerável, ou seja, violência cometida contra menor de 14 anos ou pessoa com deficiência.
De acordo com a proposta, a pena para esse crime passa de prisão de 8 a 15 anos para 12 a 20 anos. Se o estupro resultar na morte da vítima, a pena mínima passa de 12 para 20 anos de prisão, mantida a pena máxima de 30 anos.
Já o crime de divulgação de cena de estupro ou pornografia envolvendo vulnerável passa de 1 a 5 para 4 a 8 anos de prisão. O projeto também aumenta a pena por importunação sexual, de 1 a 5 anos para 4 a 8 anos.
O projeto foi apresentado pela deputada [[Silvia Waiãpi]] (PL-AP) e contou com parecer favorável da deputada [[Coronel Fernanda]] (PL-MT), que defendeu o agravamento das penas.
“Eu sei muito bem o que é ver uma mãe chorando pelo seu filho, pela sua mulher, pela sua mãe, pelo seu irmão porque criminosos são tratados como reis nesse país.”
Também foi aprovado projeto (PL 9930/18) que aumenta a pena para quem produzir, fotografar, filmar ou divulgar cenas íntimas, de nudez ou sexo sem autorização dos participantes. De acordo com a proposta, a pena para quem fizer isso passa de seis meses a um ano de prisão para um a 4 anos.
Estará sujeito à mesma pena quem usar ferramenta de inteligência artificial para manipular a imagem de uma pessoa e coloca-la em alguma dessas situações.
O texto contou com parecer favorável da relatora, deputada [[Tabata Amaral]] (PSB-SP). O parecer foi lido em plenário pela deputada [[Jack Rocha]] (PT-ES), que comemorou a aprovação.
“O principal: o combate à violência contra as mulheres em todos os ambientes, seja no ambiente virtual, seja no ambiente presencial, físico. Esse Plenário está dando um exemplo da sociedade que a gente quer construir, uma sociedade mais justa e igualitária.”
Foi aprovado ainda projeto (PL 1213/22) que obriga a Polícia Civil, no caso de violência doméstica ou ameaça a mulher, a preencher o formulário de avaliação de risco previsto na Lei Maria da Penha.
O objetivo do documento é informar o Ministério Público e a Justiça a respeito do grau de risco da mulher. Hoje, o documento não é obrigatório.
Outro projeto aprovado (PL 5253/23) prevê que o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar seja realizado preferencialmente por profissionais de saúde do sexo feminino. A proposta se refere ao atendimento realizado no hospital, posto de saúde ou no Instituto Médico Legal.
Mas o Plenário aprovou também projetos relativos à saúde e outros direitos das mulheres. Um deles (PL 883/23) deixa claro que a guarda temporária da criança durante o período de amamentação é da mãe, mesmo nos casos de separação do casal, quando não houver acordo.
O projeto foi apresentado pela deputada [[Leda Borges]] (PSDB-GO) e teve o parecer favorável da relatora, deputada [[Iza Arruda]] (MDB-PE). A medida foi defendida por deputadas de vários partidos, como [[Erika Kokay]] (PT-DF).
“Nós estamos, nesse projeto, assegurando o direito da mulher de exercer a maternagem durante o período de amamentação de seus filhos e filhas. Que ela tenha a guarda. Se houver qualquer litígio, qualquer discussão, que não reste qualquer dúvida que durante o período da amamentação a guarda está com as mulheres.”
Outro projeto aprovado (PL 2880/23) cria um programa de assistência multidisciplinar para mulheres usuárias e dependentes de álcool no Sistema Único de Saúde. A proposta, apresentada pelo deputado [[Capitão Alberto Neto]] (PL-AM), teve parecer favorável da relatora, deputada [[Chris Tonietto]] (PL-RJ).
Todos os projetos aprovados seguiram para análise do Senado.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Antonio Vital
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