Projeto institui política de inclusão digital de pessoas idosas

O censo demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o contingente de pessoas com 65 anos ou mais chegou 10,9% da população do Brasil. São agora mais de 22 milhões de brasileiros nessa faixa etária. Em 2010, esse contingente era de pouco mais de 14 milhões, o equivalente 7,4% da população total. E, segundo especialistas, um dos desafios do Estado para atender às necessidades de pessoas idosas é a inclusão digital.

Em análise na Câmara dos Deputados, um projeto busca criar alternativas para facilitar o uso de tecnologias por pessoas com mais de 65 anos. A proposta, que já foi aprovada na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, permite o uso de recursos do Fundo Nacional de Telecomunicações para financiar o programa de inclusão sociodigital para a população idosa.

Na opinião do autor do texto, deputado Miguel Lombardi (PL-SP), a medida é fundamental para aumentar o bem-estar da população mais velha.

“Essa inclusão, capacitação dessas pessoas, dando mais cidadania para eles, eles ficarem interagido, isso é bom, pela qualidade de vida, para a gente dar uma atenção especial, porque a pessoa idosa no Brasil, graças a Deus, aumentou muito e continuará aumentando, e nós precisamos acolher essas pessoas, que se sentem fora, para a gente incluir, porque essa interação é importante para melhorar a qualidade de vida deles.”

Pelo texto, os principais objetivos do programa serão promover a capacitação dos idosos para o uso de dispositivos eletrônicos, serviços digitais e internet. Também prevê a conscientização de familiares e cuidadores sobre a importância da inclusão digital e social dos idosos.

Relatora da proposta na Comissão do Idoso, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) conta que aumentou o percentual da população idosa que fazia uso da internet entre 2019 e 2021. Passou de 44,8% para 57,5%. Os dados, segundo ela, são IBGE.

No entanto, ainda conforme Flávia Morais, pesquisa realizada pelo Sesc São Paulo e pela Fundação Perseu Abramo, em 2020, revelou que, naquela época, apenas 19% dos idosos faziam uso efetivo da rede de computadores. O estudo teria mostrado que 72% da população da terceira idade nunca haviam utilizado um aplicativo, e 62% nunca tinham utilizado redes sociais.

A proposta ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça.