SEMINÁRIO APONTA DIFICULDADES PARA O TRATAMENTO DO DIABETES.
- Andre Nascimento
- 22 de set. de 2023
- 2 min de leitura
mento do diabetes
Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocay em Diabetes e Obesidade, citou dados da Organização Mundial da Saúde mostrando que menos de 60% dos pacientes seguem as prescrições médicas. Também trouxe estatísticas do Ministério da Saúde sobre a situação no Brasil: o diabetes é a segunda causa de necessidade de hemodiálise e 46 cirurgias de amputação de membros são feitas todos os dias.

“Existe uma falta de aceitação da condição, existe uma falta de acesso a uma equipe interdisciplinar que deveria ter endocrinologista, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, profissional de Educação Física, oftalmologista, cardiologista, nefrologista. E a gente tem uma fila para consultas com especialistas que demoram, muitas vezes, mais de 13 meses”.
Ela também citou dificuldades dos pacientes no acesso à insulina de ação rápida e de ação prolongada. Rafael Polini, coordenador-geral de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, admitiu problemas nos processos de compra e falou em estratégias como o remanejamento de medicações entre os estados.
Durante o seminário, foram relatadas experiências estaduais no tratamento do diabetes. No Distrito Federal, há centros especializados e equipe multidisciplinar, mas faltam agentes comunitários, mobiliário adequado para os obesos e até aparelhos de medir pressão.
São Paulo luta contra a baixa adesão a consultas e exames periódicos. Goiás tem dificuldades na obtenção de dados, mas faz um mapeamento dos locais de atendimento e da realização de exames.
O deputado Prof. Paulo Fernando (Republicanos-DF), que coordenou uma das mesas do seminário, afirmou que as urgências para melhorar o tratamento do diabetes incluem unificar o atendimento das redes estaduais, garantir à população carente acesso às novas tecnologias e resolver os problemas dos medicamentos.
“Chamou muito a atenção o representante governamental em relação à burocracia e aos prazos para a concretização do edital de compra. Isso faz com que, na prática, muitas pessoas acabem ficando sem o acesso ao remédio por causa dessa burocracia. Então eu acho que isso é algo que deve ser revisto, no sentido de ter uma celeridade maior na compra desses medicamentos”.
Diego Ferreira, do Departamento de Ação Especializada e Temática do Ministério da Saúde, reconheceu dificuldades como visualizar concretamente o tamanho da fila de pacientes que ainda precisam de atendimento e propôs um diálogo com secretários municipais e estaduais.
“O grande desafio, nesse momento, é a gente poder se aproximar da Atenção Primária, que é onde está a linha de cuidado com o diabetes; em parceria também com o Conass e o Conasems, a gente também poder estruturar uma conversa mais ampla pra que a gente consiga entender melhor o que é que está fazendo com que o paciente não consiga aderir, para que essas capacitações cheguem em tempo oportuno, que elas cheguem de uma maneira mais organizada, e que a gente aqui possa induzir uma política que caiba no tempo oportuno do paciente de ter acesso tanto à atenção especializada quanto aos medicamentos”.
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo apontou como principal problema no tratamento do diabetes a baixa repentina da taxa de glicose, que pode causar problemas como acidentes automobilísticos. Ele defendeu o monitoramento contínuo dos pacientes, com a ajuda de aparelhos específicos ou de smartphones.
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